Universidades do Sul do país unem-se em consórcio sobre “Estudos Mediterrânicos”

Os Reitores das Universidades do Algarve, Évora e Nova de Lisboa apresentaram ontem, dia 26 de novembro, na Academia algarvia, a plataforma “Estudos Mediterrânicos, um consórcio universitário”, que visa promover iniciativas de cooperação com universidades, unidades de investigação e centros tecnológicos dos países e regiões do Mediterrâneo.

 

A plataforma “Estudos Mediterrânicos, consórcio universitário” foi criada pelas únicas três universidades públicas com campi a sul do Tejo e destina-se a promover a cooperação com as instituições universitárias e de I&D do Mediterrâneo. O Memorando de Entendimento foi formalizado na Universidade de Évora, no passado dia 31 de outubro, e, entre outras cláusulas, refere que a sua missão orientar-se-á para “o progresso do conhecimento, para a qualidade do ensino superior e para a qualificação das atividades de prestação de serviços no âmbito dos países do Mediterrâneo”. Acrescenta que “na prossecução dos seus objetivos, a plataforma promoverá o estabelecimento de atividades interdisciplinares, sempre com objetivos de promover o relacionamento próximo entre os atores que participam no processo de produção e difusão do conhecimento (académicos, empresários, investigadores, artistas) ”.

Para António Branco, reitor da UAlg, “esta aposta passa por encontrar massa crítica dentro das três instituições, sobretudo nos campos do Património, Recursos Hídricos e Energia, para nos associarmos em projetos que permitam candidaturas a fundos europeus com parceiros do Mediterrâneo, partilhando conhecimento, investigação e formação, e promovendo o espírito de cooperação e da paz”.

Por seu lado, Ana Costa Freitas, reitora da Universidade de Évora, considera que este projeto, abrangente, transversal e inovador, permitirá uma mais eficaz articulação aos níveis da investigação e educação, levando a uma maior ligação aos países do outro lado do Mediterrâneo. “No fundo, é reconhecer que estes mundos são um só e potenciar aquilo que nos une, articulando um projeto educativo e de investigação comum, que contribua para melhorar o relacionamento, não só entre as universidades envolvidas, mas também entre as regiões do Mediterrâneo”.

O reitor da Universidade Nova de Lisboa, António Rendas, realçou o facto de as três universidades estarem muito empenhadas em desenvolver o Sul do País, assumindo claramente este desígnio, que na sua opinião vai demorar algum tempo. Para António Rendas “as três universidades já estão sentadas à mesma mesa para identificar problemas e para conjuntamente fazer melhor do que aquilo que já fazem isoladamente”. 

Em curso está a definição de áreas científicas prioritárias, no âmbito dos quais se pretende a criação de redes de instituições de ambas as margens do Mediterrâneo e a concretização de linhas sólidas de cooperação. Os projetos em análise integram a mobilidade de estudantes, professores e técnicos, a conceção de projetos conjuntos de I&D e a oferta de pós-graduações (mestrados e doutoramentos) organizadas em consórcio.

Esta plataforma está sediada no Campo Arqueológico de Mértola, que é o primeiro membro associado, representado pelo arqueólogo Cláudio Torres. Admitirá outras instituições como associadas, prevendo-se que se transforme num fórum ativo capaz de estruturar iniciativas conjuntas entra as instituições dos países do Mediterrâneo, sempre com o objetivo de “contribuir para o intercâmbio das comunidades mediterrâneas, para o desenvolvimento de um espirito de cooperação e desenvolvimento e para a garantia da paz” nesta região. 

 

 

 

 

Publicado em 27.11.2015
Fonte: GabCom | UÉ